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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

11 anos



Sábado marido e eu completamos 11 anos de casados.
 
Às vezes parece que foi ontem. E noutros momentos acho um tempão.
 
Nos dias de hoje, onde casais casam e separam na velocidade da luz, pode-se dizer que temos um casamento duradouro. E que ele perdure por muitos e muitos anos mais.
 
Outro dia, no carro, perguntei se ele lembrava de como era nossa vida antes do nascimento da Ana Elisa. Ele disse que sim, e me quis saber o motivo da pergunta.
 
Eu, sinceramente, nem lembro muito bem. Sei que não tínhamos muito horário pras coisas, finais de semana eram dias pra acordar tarde, se alguém chamasse pra sair em plena quarta-feira nós nem pensávamos antes de aceitar o convite, jantar podia ser comida ou qualquer coisa que fosse comestível, e por aí vai.
 
Curtimos muito nosso período casal sem filho. E, logo que Ana nasceu, senti falta disso. Porque com criança tudo requer planejamento e levar uma tralha. Nada de uma bolsinha só com documento e celular. Nada de barzinho às nove da noite da terça. Nada dessas coisas.
 
Mas a gente se ajeita, se adapta, e aprende a curtir outras coisas, outros lugares, e se encontra como família. E, sinceramente, acho que nunca fomos tão unidos como agora. Porque pro negócio familiar funcionar, todos tem que colaborar. Papai, mamãe, filhinha. E, modéstia a parte, a gente fez funcionar muito bem. Ao nosso modo, errando e acertando, mas fez.
 
Nesse dia em que conversamos, no carro, ele me disse que gosta mais de agora. E, sinceramente, eu também. Nossa vida é mais corrida, mais programada, o dinheiro mais curto, mas os risos, os abraços e o amor que transborda não tem igual.
 
Por isso eu digo: casamento não é fácil, mas fica muito melhor quando trabalhado a 4 mãos.

 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sozinha...

(Autoria desconhecida)


Ontem presenciei uma coisa que me deixou horrorizada, de queixo caído e querendo dar um murro na fuça de alguém denunciar ao Conselho Tutelar.
 
Como estava uma noite agradável, fomos ao parque. Um super parque, com muita gente fazendo de um tudo: caminhando, correndo, jogando futebol, jogando vôlei, mães passeando com seus bebês, crianças brincando, gente dando comida aos peixes do lago, marmanjos babando nos carrinhos de automodelismo (meu marido estava no meio, mas ele também pilota, não fica só babando...rs), e por aí vai.
 
O parque é gigaaaaante, bem iluminado e bem monitorado. Há guardas municipais passando o tempo todo, o que me deixa bem mais tranquila. Mas isso não quer dizer que estamos seguros, né. Talvez um pouco menos desprotegidos.
 
Pois bem. Enquanto o marido estava vendo os carrinhos, filhota e eu ficamos no parquinho. E assim que chegamos veio uma menininha, com aquela conversa tradicional das crianças: Oi, tudo bem? Qual seu nome? Quantos anos você tem? Quer brincar comigo?
 
Ana Elisa respondia tudo e olhava pra mim, como que pedindo permissão pra falar. Eu sorria e balançava a cabeça positivamente. A menina falou que estava brincando na lama, e eu falei que na lama a Ana não poderia ir (lama às oito e pouco da noite não rola), que elas poderiam brincar no parque. Ela disse que a mãe mandou que ela ficasse com seus brinquedos ali, na terra, e que não poderia sair. Então eu sugeri que a Ana Elisa brincasse nos brinquedos perto dela. Que dó.
 
E foi assim, entre um balanço e outro, um escorrega e outro, elas iam conversando. E eu também. Foi quando perguntei: Cadê a sua mãe?
 
De repente, não mais que de repente, ela me contou algo que me deixou de cabelos em pé:
 
"Ela está por aí, tia. Ela vem com o namorado pra correr. E eu fico aqui, brincando. Quando ela passa por aqui me dá tchau, e eu quero ir junto, mas não consigo correr tão rápido. Às vezes eu fico assustada e tento encontrar eles, mas não consigo nunca, e me perco. Daí alguém me acha e me leva no guarda. Uma vez eu vi o namorado dela passar e corri atrás, porque estava com medo, mas não consegui alcançar, porque ele corre muito rápido. Uma moça me achou e perguntou o que eu estava fazendo sozinha. E eu contei. E ela ficou comigo esperando minha mãe chegar."
 
Eu ainda estava digerindo tudo aquilo quando ela ouviu um latido e falou: Ah, esse latido é do cachorro da minha avó. Ela mora aqui perto, em frente do parque.
 
Peralá. Vamos por partes. Uma mãe, doida, irresponsável, sem juízo, que só pensa no próprio umbigo, resolve correr e leva a filha de 6, SEIS anos junto, e larga sozinha no parque. E a vó mora em frente! Como assim? Por que não deixa na casa da vó? Da onde tirou que essa criança tem maturidade pra ficar sozinha? Em que mundo ela vive? Não pensou nos perigos que essa criança está correndo ficando ali, sozinha? Da mesma forma que eu puxei conversa, poderia ser uma doida que trafica crianças. Será que ela nunca ouviu falar disso? Meu Deus do céu...
 
Daí a doida sem juízo, em quem eu queria dar um soco mãe chegou, e me olhou feio, porque eu estava perto da filha dela. Ha-ha. Ela deixa a guria sozinha e eu estou errada em ficar perto? Poderia ter levado a menina embora e estar a quilômetros de distância dali, baby. Logo em seguida o namorado chegou, e eu senti o sangue subir pela forma ríspida como falaram com a menina.
 
Peguei minha filha, me despedi da menina e saímos dali. Enquanto andávamos pelo parque, Ana me perguntou sobre aquela cena toda. E eu nem tinha muito o que explicar, como justificar. A mãe não era cuidadosa, ponto.
 
O que mais me angustia é saber que hoje ela estará lá novamente, sozinha, enquanto a madame se exercita. E que muitas outras meninas passam pela mesma situação...