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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vô (Seu Zeca).


Alguém deve achar estranho me referir ao meu avô assim, "Seu Zeca". Mas foi como ouvi o chamarem a vida toda, A minha avó o chama de Zeca, e a moda pegou. Mas me refiro assim para outras pessoas, pra ele é vô mesmo...rs.

A primeira e primordial história dele é que apagou um nome no seu registro. Como? Pois é. Descobrimos uns documentos antigos onde constava "Filho" no final do nome. Indagamos: Mas vô, você era José Filho? Ele: Era. E nós: Mas como você fez pra tirar o nome? Ele: Com a borracha. Apaguei o nome do papel.

(Jeito de Seu Zeca falar): "O babaca pai botô Filho no babaca filho. Aí o babaca filho pegô a borracha e apagô o nome. Coisa lôca, botá Filho no babaca filho." (Hahahahaha).

Ele sempre foi uma figura. Homem trabalhador, forte, pau pra toda obra. Tem que pintar a casa? Fazer um banco? Consertar a pia? Plantar uns pés de mandioca? Chama o Zeca.

Aliás, por falar em banco, ele fez banco pra todos nós. Filhas, netos e, agora, pra bisneta. E esse último banco foi feito em segredo, bem caprichado, pra "menina" poder brincar. Quase chorei quando ele entregou!

Filho de um casal de agricultores bem humilde, teve trocentos irmãos. Mas com poucos ele manteve amizade. Os que eu mais ouvi falar foram o Jaime e o Maneco (falecido). Ele é o mais velho, no alto dos seus 87 anos.

E essa idade toda não o impede de fazer suas coisas. Por exemplo, ir buscar o tomate mais barato numa feira em outra cidade, de trem, e voltar carregando 5kg nas costas.

Lembram que falei aqui que a emoção tomou conta de mim, no dia do casamento, quando cumprimentei meu avô? Pois bem. Ele sempre foi carinhoso a seu modo. Não era de muito beijo e abraço, mas se fazia sempre presente, sempre uma lição, sempre uma história pra aprendermos algo. E na hora que fui cumprimentá-lo no casamento, ele me abraçou forte e falou baixinho no meu ouvido: "Te amo muito, minha neta. Seja muito feliz!". Imaginem como me senti, imensamente feliz e emocionada. E ver aqueles olhinhos verdes marejados me balançou de vez!

Agora a alegria dele (aliás, da família toda) é a Ana Elisa. "Ô Tati, pega lá uma jabuticaba no pé e dá pra minina". E Ana aaaaaaaaaaaama jabuticaba. E ele sempre guarda umas do pé plantado na casa dele pra ela. Afinal, alguém que foi criado na roça tinha que ter uma plantaçãozinha em casa.

Meu irmão e eu até criamos um blog, Seu Zeca Comenta com algumas de suas pérolas. "Coisa lôca esse véinho."

Bem resumidamente, esse é o avô mais lindo do meu coração! (Porque o outro é o nonno mais lindo, uma coisa é uma coisa, outra coisa é oooooooooutra coisa...rs).

Bom final de semana procês!

1 comentários:

Taty disse...

Que fofo isso tudo, Tati! Que saudades dos meus "veinhos". Curta muito!

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