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quinta-feira, 29 de março de 2012

7 anos.

Eu sempre disse que ele parecia com o Popeye...rs.


Hoje faz 7 anos que meu nonno virou estrelinha. Esse tempo, brincalhão, vive me pregando peças.

Às vezes parece que foi ontem que nos vimos pela última vez (nessa vida). Ele estava tão frágil, tão magrinho, ficou deitado na maior parte do tempo. Mas fez questão de vir nos cumprimentar, trocar duas palavras antes de tomar seu chazinho da noite.

E na despedida, também veio a sala. O aperto de mão estava mais fraco, mas ainda firme. Me deu seu famoso tapinha nas costas. Eu falei que ele ficou devendo comer uma pizza conosco. E ele disse que na próxima ele comeria, e que seria logo. Não houve mais pizza, e essa foi a última vez que nos falamos.

Isso foi no sábado, e ele faleceu na terça-feira de madrugada.

Mas, como o tempo tem o poder de nos enganar, às vezes parece que tudo isso foi há séculos. Parece que uma vida se passou nesse intervalo. E é quase isso mesmo. Nesse período eu mudei de casa duas vezes, eu engravidei, eu pari e Ana Elisa está crescendo assustadoramente rápido.

Gosto de pensar que ele conheceu a bisneta lá no céu. Que ela estava saltitando numa nuvem e ele foi ao seu encontro.

Queria muito que eles tivessem se conhecido aqui, nesse mundão de meu Deus. Ela ia adorar seus drinks (água com groselha na taça de cristal), os apertivos antes do almoço (os mais deliciosos queijos que já comi foi ele quem me apresentou), o falatório à mesa do almoço de domingo, ou até mesmo numa pizza sábado a noite, as histórias da Guerra, do mar, da Itália, da época em que chegaram ao Brasil, os tapinhas (às vezes tapões...rs) nas costas e o "Tutto bene, bela?", e tudo mais que ele nos presenteou nessa vida.

Penso nele sempre, sempre. Mas nessas datas a saudade aperta. E saudade é natural, e até saudável. Temos saudade das pessoas que amamos, que fazem parte da nossa vida, ainda que só estando em nossos corações.

Saudade, marinheiro. Muita saudade.

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