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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A descoberta

- Sábado, 26 de janeiro de 2008.


Estávamos na Praia Grande (litoral sul de SP). Fomos (marido, amiga e eu) visitar dois amigos nossos que moram em Santos.

Chegando lá, nos convidaram a conhecer um novo bar que inaugurara há pouco, bem ali pertinho. Claro que aceitamos.

Eu com uma vontade doida de comer carne. Eles olhando o cardápio. E eu falando: quero carne, anda logo, quero carne!

Tá bom, você venceu, batata frita, ops, carne.

E pra beber? Hum, quero uma Smirnoff Ice beeeeeem geladinha.

Desceu deliciosamente refrescante. E logo veio a carne. E logo virou tudo um bolo no estômago.


- Domingo, 27 de janeiro de 2008.


Minha nonna mora lá na Praia Grande. Então fomos lá almoçar: marido, amiga, prima e eu.

Fiz meu prato, cheio daquelas gostosuras que só nonnas sabem fazer. Mas na hora de comer... embrulho total do estômago. Não descia, nem água descia.

Resolvemos sair pra tomarmos um sorvete após o almoço. Só de pensar eu salivava. Mas na hora de comer... ânsia, enjôo, mal estar geral.

Pensei: essa TPM está me causando mais efeitos colaterais do que nunca! Estou com cólicas, fome horrenda, dores de cabeça, agora isso, e nada de descer!

(Estava tomando um remédio pra limpar os ovários. Depois disso, tomaria algo pra tentar engravidar. Mas não tinha a menor pressa).

A casa dos meus pais na praia é num condomínio (que sempre, desde que me conheço por gente, chamamos de "vila"). Ao chegar lá, fui a casa da minha vizinha de frente pedir um Eno.

"Elen, pelamor, me dá um Eno que não tô me aguentando de tanta ânsia. O mundo gira! Só de sentir cheiro de comida dá vontade de chamar o Hugo!"

"Tati, não vou te dar Eno nenhum. Vou te fazer um chá. Você tá grávida menina. Vai lá dentro, deita, que já já te levo."

"Grávida? Elen, cê tá doida? Tenho vários cistos no ovário, tô com cólicas menstruais, sem chance!"

"Vai pra dentro, toma o chá e depois a gente conversa".

A noite, conversando com meu marido e essa minha amiga (irmã, praticamente), me convenceram a fazer um teste de farmácia.

"Tá bom, eu faço, só pra dar negativo e vocês pararem de me encher o saco".

E lá fomos comprar. Mas, advertidos pelo farmacêutico, eu faria somente na segunda de manhã, em jejum.


- Segunda-feira, 28 de janeiro de 2008.

Meu marido voltaria pra poder trabalhar, e minha amiga iria junto.

Coloquei o celular pra despertar. Colhi o xixi num potinho e deixei o teste lá, enquanto ele entrou no banheiro, fez a barba, essas coisas.

Depois de 5 minutos eu, já impaciente, esmurro a porta:

"César, já passou o tempo. Vê aí que cor ficou."

Ele saiu com o teste na mão, pálido, perguntando:

"Duas listrinhas rosas é o quê?"

Eu, sem enxergar mais nada, pego a caixa do teste. Duas listras, positivo.

Vou pro quarto, onde estão minha prima e minha amiga sentadas esperando a notícia.

"Gente, tô grávida...!!!"

Elas comemorando, eu estática, meu marido sem saber o que fazer...rs.

Ele me pergunta o que quero fazer. Eu digo, na lata: "Só acredito com exame de sangue".

E lá vamos nós. Estava friozinho, embora fosse verão. Paramos num posto de gasolina pra saber onde havia um laboratório ali. Perto, ainda bem.

Chegamos a recepção, o enfermeiro, super simpático, prontamente nos atendeu.

Fomos à sala de coleta. Enquanto ele tentava achar minha veia, conversava. Acho que percebeu meu estado de choque e tentava me relaxar.

"Por que você está fazendo esse exame?"

"Olha, estou fazendo porque o teste de gravidez de farmácia deu positivo. Mas eu acho que não está certo. Tenho vários cistos no ovário, o médico disse que enfrentaria dificuldade pra engravidar. Então é só pra tirar a limpo mesmo."

Ao final da coleta, ele diz: "O resultado fica pronto no final da tarde. Pode passar pra pegar o laudo."

"FINAL DA TARDE????? Cê acha que eu aguento tudo isso? Vou ter um treco!"

Ele ri, e me diz que pode ver o resultado naquele momento, mas o laudo só no final da tarde mesmo.

Tudo bem, esperamos. Foram os minutos mais longos da minha vida (ainda mais longos do que aqueles do exame em casa). E lá vem ele, sorrindo: "Moça, seu cisto no ovário é um bebezinho! Parabéns!"

Eu sorri, agradeci e saímos dali. Quem já passou por isso sabe o turbilhão de pensamentos e sentimentos ao mesmo tempo. Não sabia se ria ou se chorava.

Meu marido me abraçou tão forte que tive certeza de que seríamos muito felizes, mais ainda do que fomos nos 6 anos de casamento que precederam aquele momento!

1 comentários:

Taty disse...

Que dia maravilhoso esse, né Tati?! Aqui não foi mto diferente... os 5 min do teste do xixi demoraram uma eternidade...rs! O de sangue então, vixi, nem se fale!
Bom demais!

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