RSS

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Rosa x Azul


Essa moleca também brinca de boneca...rs.
Primeiro, li esse post da Anne. Depois, esse da Dani. Daí pensei, comentei e não aguentei, tive que vir aqui escrever.

Logo que eu soube que estava grávida, fui com minha comadre (que na época também estava grávida) comprar algumas coisinhas pro meu afilhado. E, é claro, comecei a fuçar pra minha futura rebenta também. Mas eu não sabia o sexo. Então procurei coisas neutras. O que eu achei, na loja toda? Um, eu disse UM macacão verde, sem ter uma ursa bailarina ou um urso marinheiro.

Os meses foram passando, eu continuei procurando, e não encontrei. Quando soubemos que era uma menina, aí sim, eu tinha um mar rosabebê-rosapink-lilás-roxo. Eu adoro rosa, mas, convenhamos, só rosa não dá. Então toda vez que encontrava alguma outra cor, claro que comprava.

Ana Elisa nasceu, mas continuei sem achar nada que não fosse cheio de laço-fita-gliter-frufru. E eu também adoro tudo isso, mas não dá pra ser isso todo dia.

Como ela tem primos mais velhos, acabou herdando algumas coisas. Coisas que não eram especificamente de meninos, mas eram mais puxadas pro lado masculino. E eu achei ruim? Claro que não. Usei muito bem usado até enquanto couberam.

Vendo os primos brincando de carrinhos, ela começou a querer um também. E eu comprei, daqueles pequenos que os meninos fazem coleção. Meus sobrinhos logo falaram que ela não podia ter, porque é de menino. E eu fiz todo um discurso que meninas também gostam de carros, que quando crescerem também vão dirigir, etecétera. Mas eles não se conformaram. E eu nem liguei, a coleção de carrinhos continua crescendo (mas não na mesma proporção da coleção de Barbies - ganhou umas 7 só no aniversário).

Outro dia, também com esses primos, ela quis brincar de Barbie. E eles toparam. E logo alguém falou que não podia, que meninos não brincam daquilo. E eu fiz outro discurso, que podem brincar sim, que quando crescerem serão pais, que ajudarão com os filhos, que ajudarão a limpar a casa, etecétera e tal. Sim, já falei em limpar a casa porque Ana Elisa tem uma mini cozinha no quarto, e eles podem brincar também, com certeza.

Agora leiam e perdoem o linguajar: menino pode brincar de boneca, de vassourinha, de cozinha que não é viado. Menina pode brincar de carrinho, de bola, de skate que não é sapata. (Usei esses termos grosseiros e preconceituosos propositalmente, pra ilustrar como ouço as coisas por aí). E tem mais. Nem todo bailarino ou maquiador é gay. E ponto.

Estou tentando criar uma filha aberta às diversidades, mas confesso que é uma luta árdua, viu.

1 comentários:

Dani disse...

Tati, é uma coisa Dom Quixote contra os moinhos de vento, né? E olha que estou só começando nessa vida...
Mas a gente vai sim conseguir mudar pelo menos um pouquinho. Afinal, alguém tem que começar a reagir, não é verdade?
Delícia saber que você está fazendo a sua parte...
Linkei teu post no meu, ok?
(e vou voltar para ler mais, viu? que adorei seu jeito de escrever)
Beijão

Postar um comentário