A não carta.

Lembram que eu contei que Ana Elisa faria uma cartinha ao Papai Noel com as opções de presente?

Ela fez sim, na escola, com seus amiguinhos. Mas, antes disso, pediu pessoalmente ao bom velhinho. Explico, pra não parecer louca...rs.

O combinado era o papai dar a carta ao Papai Noel, porque ela morre de medo. Mas um dia estávamos passeando no shopping, apreciando a linda decoração de Natal e chegamos até onde o homem da roupa vermelha estava.

Ela não queria chegar perto, mas se encantou com a árvore imensa que fica ao fundo, e foi chegando mais e mais perto. Falei: "Filha, não quer ir falar com o Papai Noel?". E ela, sem dó nem piedade: "Não!"

Aí expliquei: "Filha, não precisa ir sozinha, não precisa sentar no colo dele, nem chegar muito perto. Você vai no colo do papai, e só fala quais os presentes que você gostaria de ganhar, pra que o Papai Noel possa escolher UM pra você" (Sim, ela continua sabendo que é um só).

Ela pensou, pensou e falou: "No colo do papai eu vou." E lá foram eles. O papai sorriu, deu a mão ao Papai Noel, mas ela nem olhava. O papai disse que ela queria contar os presentes que estão na lista, mas ela não disse. Então o papai se despediu. Mas, acho que o medo de ficar sem presente era tão grande, que venceu o medo e desembestou a falar:

"Papai Noel, eu quelo a *Boneca* que anda na bicicleta, a *Boneca* que dá papinha, a *Boneca* que canta, a *Boneca* que tem um carro, a casa da *Boneca* e Massinha. Tchau!"

A moça que fica tirando as fotos falou pra ela sorrir, e ela sorriu, o sorriso mais falso e cheio de medo do mundo! Mas fiquei orgulhosa que ela tenha falado a lista, já que há mais de um mês a lista está pronta, imutável.

No dia seguinte, aproveitamos e já fomos atrás do presente. Minha mãe passeava com ela pelo shopping enquanto papai, tia e eu olhávamos a loja de brinquedos (a tia também já comprou o presente, lindo de viver). Algum tempo depois, já com o presente definido ( a *Boneca* que dá papinha), ela aparece na loja. E, vendo a caixa da boneca, fala: "Mãe, de quem é essa nenê?" E eu, usando todo meu lado artístico: "É de uma menina, o pai dela veio comprar e eu estou cuidando."

"Puxa mãe, que legal! Fala pro Papai Noel que é uma igual essa que eu também quelo!"

Nem preciso dizer que fiquei feliz da vida, né!

P.S.: não estou ficando louca. Escrevi *Boneca* propositalmente. Cada uma tem um nome, uma marca, mas me recuso a fazer jabá gratuíto...rs.